quarta-feira

Circo dos horrores: Estamos na mão da maioria do governo


A proposta de sessão secreta foi derrubada pelos governistas por 12 a 7. Não queriam saber mais.

Alexandre Garcia

Será que uma acareação entre José Aparecido Nunes Pires e André Fernandes resolve? Será que vai ter essa acareação, porque o governo tem maioria na CPI.

E essa maioria mostrou força na terça, quando o assessor do senador Álvaro Dias, André Fernandes, pediu sessão secreta para contar o que José Aparecido teria falado, num almoço, sobre Elenice Guerra, a secretária-executiva da ministra Dilma.

A proposta de sessão secreta foi derrubada pelos governistas por 12 a 7. Não queriam saber mais. Segundo André Fernandes, seriam informações sem conexão com o anexo vazado.

Foram depoimentos contraditórios de dois amigos de 18 anos e algumas intervenções histriônicas de parlamentares e não se chegou ao ponto: quem mandou fazer e por quê.

José Aparecido disse que mandou por engano. Na véspera, o ministro da Política, José Múcio, ao sair do Palácio, informara que a remessa do anexo tinha sido feita sem pensar nas conseqüências.

André Fernandes, o destinatário, acha que foi para intimidar seu chefe, o senador Álvaro Dias, e os tucanos, que queriam saber mais sobre os cartões do governo Lula. José Aparecido repetiu os argumentos do Gabinete Civil, afinado com a defesa: não é dossiê e sim banco de dados a tal triagem, que foi feito para o caso de a CPI pedir.

Ou seja, deveriam estar muito ociosos para antecipar algo que não fora pedido. Incrível que mesmo sendo amigos desde 90, 91, José Aparecido tenha afirmado que nem sabia que André Fernandes trabalha com o senador Álvaro Dias. Com isso, procurava derrubar a suspeita de que o anexo fora para intimidar a oposição.

Agora, só se os governistas permitirem, ao votar o requerimento, haverá a acareação. Na palavra dos dois, uma diferença: André Fernandes, flagrado em mentira, pode ser preso por falso testemunho. José Aparecido pediu e recebeu da Justiça alforria para não ser preso se não disser a verdade, gesto que revela mais que mil palavras.

1 Comentários:

Às 3:17 PM , Blogger ZEPOVO disse...

a "maioria" está no pleno exercício da democracia. Chato é quando a maioria não é a nossa, não é mesmo?

 

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