RIO - Para conseguir sediar as Olimpíadas de 2016, o Rio terá que virar um canteiro de obras de transportes. Estudo coordenado pela Secretaria municipal de Urbanismo, com a participação de órgãos municipais, estaduais e federais, propõe investimentos de pelo menos R$ 1,5 bilhão na ampliação de serviços ferroviários e metroviários; na ampliação da malha viária; e na reorganização do transporte rodoviário. Chamado de Plano de Legado Urbano e Ambiental - Rio 2016, o estudo faz ainda propostas para habitação, meio ambiente e saneamento. Com 400 páginas, o plano - ao qual O GLOBO teve acesso - já foi entregue ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), mas as obras poderão, ou não, ser incluídas no dossiê da candidatura do Rio, previsto para ser entregue ao Comitê Olímpico Internacional (COI) em fevereiro.
As obras estão previstas no Plano Diretor em discussão na Câmara de Vereadores, mas os jogos estão sendo considerados propulsores para que as idéias saiam do papel. Entre as obras previstas está o alargamento da Avenida Radial Oeste e da Rua Vinte e Quatro de Maio, criando um corredor entre o Maracanã e o Engenhão. A abertura das novas pistas não tem orçamento definido, mas acarretaria na remoção e reassentamento de cerca de mil famílias que moram às margens da Radial Oeste, a um custo de R$ 44 milhões. A reurbanização das áreas cortadas pelo corredor custaria mais R$ 119 milhões.
Na Barra, a Avenida Salvador Allende seria alargada por R$ 60 milhões. Pelo projeto, a via teria duas pistas centrais (com três faixas) e duas pistas laterais (com duas faixas), além de ciclovia. O projeto prevê o reassentamento de 354 famílias da Vila Autódromo, o que consumiria até R$ 15,6 milhões. A remoção da favela já foi tentada durante as obras dos Jogos Pan-Americanos de 2007. A prefeitura esbarrou, no entanto, numa permissão de uso de 99 anos, concedida pelo Estado aos moradores, em 1996.