quarta-feira

Aumento do mínimo não reduz pobreza no País, mostra estudo


A queda da desigualdade na renda do trabalho no País perdeu ritmo em 2005 e 2006, apesar dos ganhos reais do salário mínimo nos dois anos. A conclusão é de um trabalho do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O estudo mostra que houve forte avanço na distribuição de renda entre março de 2002 e junho de 2006. O avanço se concentrou, contudo, no 1º semestre de 2004, período em que não houve ganho real do mínimo. Naquele ano, o dinamismo econômico e o avanço do mercado de trabalho ajudaram a reduzir a pobreza.

"Nos dois últimos anos, em 2005 e 2006, quando ocorreram fortes reajustes do salário mínimo, o resultado tem sido um pouco decepcionante. Os indicadores de pobreza e desigualdade baseados em renda do trabalho não sofreram as reduções que se observava no passado", afirma o chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV, Marcelo Neri. De forma geral, diz o economista, efeitos negativos do aumento do mínimo, como desemprego e aumento da informalidade, estão anulando as conseqüências positivas.O trabalho leva em conta dados da Pesquisa Mensal do Emprego (PME) do IBGE, que abrange as seis principais regiões metropolitanas brasileiras".

Matéria de Nilson Brandão Junior, publicado no Estadão, 23.8.2006
Fonte da foto:Isaias Coelho. amamentando